Conheça Sumeet Moghe, a voz do futuro do trabalho: Principal Product Manager na Thoughtworks, apaixonado por trabalho ágil, gestão de produtos e design. Sumeet já trabalhou com clientes de diversos setores, ajudando-as a construir produtos digitais e a melhorar a eficiência de suas equipes de engenharia. Em 2024, foi reconhecido como "The Voice of the Future of Work" no Remote Work Leadership Awards da Crossover, destacando sua visão para redefinir colaboração e produtividade em ambientes distribuídos.
Sumeet recebeu esse reconhecimento pelo seu livro The Async-First Playbook, que promove a comunicação assíncrona como a chave para equipes remotas eficazes e sustentáveis, fomentando fluxos de trabalho inclusivos e produtivos.
Convidamos você a ler esta entrevista com Sumeet, onde exploramos seu recente prêmio, os principais aprendizados de seu livro e sua abordagem ao trabalho remoto.
O que significa para você ser reconhecido como "A Voz do Futuro do Trabalho"?
Isso demonstra que a discussão sobre colaboração assíncrona é essencial para o trabalho distribuído. Independentemente do seu padrão de trabalho, sempre há alguém remoto em relação a você. É importante alinhar padrões de colaboração que sejam inclusivos e produtivos para todas as pessoas envolvidas. O reconhecimento da Crossover me mostra que, à medida que as empresas encontram seu equilíbrio no trabalho pós-pandemia, adotar práticas assíncronas nos fluxos de colaboração está se tornando algo crítico.
O que te inspirou a escrever The Async-First Playbook?
Sou uma tecnnologista com nacionalidade indiana, e as operações da Thoughtworks na Índia atendem clientes em praticamente todas as geografias. O trabalho distribuído está no centro do que fazemos. Mas, embora tenhamos anos de experiência nesse modelo, todas conhecemos bem o "costume de muitas reuniões" herdado da era de trabalho remoto durante a pandemia.
Em um modelo offshore, onde as diferenças de fuso horário entre localidades podem chegar a 10-14 horas, essa abordagem centrada em reuniões exaure as pessoas e se torna uma barreira para a inclusão e para o trabalho profundo. Procurei abordar esse problema com a esperança de que o ágil distribuído possa ser divertido, inclusivo e eficaz.
"A Thoughtworks me proporcionou a oportunidade de trabalhar remotamente muito antes da pandemia, permitindo que eu, como pai solteiro, equilibrasse compromissos pessoais e profissionais. Essa flexibilidade e apoio também tornaram possível que eu escrevesse meu livro, contando com feedback inestimável de Martin Fowler e de vários colegas – um dos maiores benefícios da minha carreira na Thoughtworks." – Sumeet Moghe
Quais práticas essenciais do livro são indispensáveis para equipes remotas?
O título já diz tudo: async-first. Isso significa que, ao colaborar remotamente, devemos priorizar ferramentas e abordagens assíncronas. Uma forma provocativa de expressar isso é considerar que reuniões não são a primeira opção; são o último recurso, o que quer dizer na prática que:
A escrita torna-se o principal mecanismo de comunicação nas equipes;
Nem tudo é urgente; a maioria das coisas pode esperar. Velocidade e produtividade não são a mesma coisa.
A escrita é a prática central da colaboração assíncrona. Ela é escalável, fácil de criar e editar. Criar entendimento compartilhado e distribuir conhecimento torna-se mais simples em uma cultura baseada na escrita. Ferramentas modernas, incluindo IA, tornam a produção e o consumo de textos menos trabalhosos.
Um ponto de atenção, no entanto, é que async-first não significa async-only. Existe valor em sincronizar com colegas e até em encontrar pessoas da mesma equipe presencialmente de vez em quando.
Quais desafios e oportunidades você identifica para o trabalho remoto nos próximos cinco anos?
O trabalho remoto não é para todas as pessoas ou para todas as empresas, e já escrevi extensivamente sobre isso. Empresas que abraçam a independência de localização e horário terão várias vantagens sobre suas concorrentes.
Organizações mais atraentes para os melhores talentos têm maior chance de se destacar. O trabalho remoto e assíncrono permite contratar pessoas de qualquer lugar e dá a elas flexibilidade para trabalhar nos horários mais convenientes.
Como exemplo, podemos citar a inclusão de mulheres no ambiente de trabalho:
A flexibilidade no trabalho triplica as chances de aceitação de uma vaga entre mães, de 15% para 48%;
Arranjos de trabalho remoto dobram as chances de aceitação de uma vaga para mães;
⅔ das pessoas com deficiência desejam trabalhar remotamente o tempo todo;
O trabalho remoto reduz as penalidades de renda para mães em 21% e as de horas semanais de trabalho em 9%.
Fonte: https://www.asyncagile.org/blog/the-end-of-remote-work
Entenda como o modelo assíncrono oferece uma maneira mais eficiente de colaborar, à medida que o desenvolvimento de software se torna cada vez mais distribuído em um mundo pós-pandemia.
Quais tendências você espera para o trabalho remoto à medida que a tecnologia e as práticas de gestão se desenvolvem?
A tecnologia está evoluindo rapidamente. Se olharmos para a quantidade de patentes registradas para tecnologias que apoiam o trabalho remoto, vemos que elas dobraram desde antes da pandemia. Inovações pequenas, como a assistente de IA do Zoom, que documenta suas reuniões, ou o Gemini, que pode ajudar a melhorar sua escrita, podem se tornar saltos quânticos na experiência de trabalho distribuído.
As lideranças precisam repensar as práticas tradicionais de escritório e adotar a tecnologia para encontrar melhores formas de trabalho. A alta gestão deve refletir sobre como a independência de localização e horário pode impulsionar o crescimento. Quais investimentos em tecnologia são necessários? Como as práticas devem evoluir? Novos rituais, como reuniões presenciais periódicas, devem complementar essas mudanças? O que define a proposta de valor da empresa pós-pandemia? Essas são perguntas essenciais para as pessoas estrategistas de negócios.
Como a cultura global da Thoughtworks moldou sua abordagem?
Trabalhar em uma consultoria global de tecnologia me expôs a várias novas tecnologias de colaboração. Isso me ajudou a construir uma rede de relacionamentos fora da empresa, de quem eu poderia aprender algo novo. Essas experiências me ajudaram a ter uma mentalidade distribuída em relação ao meu trabalho. Eu não teria aprendido as coisas que aprendi ou adquirido as experiências que tive sem o modelo remoto desses primeiros papéis e a exposição que eles me proporcionaram.
Nos meus primeiros nove anos na Thoughtworks, trabalhei exclusivamente em funções globais, colaborando entre cidades, países e continentes. Naquela época, construímos hábitos eficazes usando ferramentas muito menos avançadas do que as de hoje. Para mim, inclusão global, coragem e autonomia são fundamentais para promover um trabalho em equipe distribuído eficaz.
Nos meus primeiros nove anos na Thoughtworks, trabalhei exclusivamente em funções globais, colaborando entre cidades, países e continentes. Naquela época, construímos hábitos eficazes usando ferramentas muito menos avançadas do que as de hoje. Para mim, inclusão global, coragem e autonomia são fundamentais para promover um trabalho em equipe distribuído eficaz.
Aviso: As afirmações e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade de quem o assina, e não necessariamente refletem as posições da Thoughtworks.