Introdução: expectativas e realidades
O entusiasmo em torno da Internet das Coisas (IoT) – sistema de dispositivos inteligentes capazes de se comunicar e compartilhar dados valiosos em redes sem fio – vem crescendo há anos e é fácil entender o porquê. Raramente uma tecnologia abrangeu e prometeu tanto para as empresas. Com as combinações certas de conectividade e automação, uma empresa pode rastrear – e até controlar – ativos remotamente e ampliar significativamente sua capacidade de interagir com clientes ou simplificar as cadeias de suprimentos.
Mesmo em meio à pandemia, quando era esperado que o investimento em IoT diminuísse, ele continua a aumentar, liderado em parte por aplicações de saúde baseadas em telemetria. De acordo com a empresa de pesquisa IDC, após atingirem US$ 742 bilhões este ano, os gastos globais com IoT deverão acelerar para uma expansão de dois dígitos em 2021, apresentando uma robusta taxa de crescimento anual composta de 11,3% para o período 2020-2024.
No entanto, o histórico da IoT indica que o entusiasmo deve ser moderado. De acordo com algumas estimativas, quase um terço dos projetos de IoT não consegue passar do estágio de prova de conceito, principalmente devido aos custos ou incertezas em torno dos benefícios finais.
Razões para a falha da IoT na prova de conceito
Em qualquer projeto de IoT, há potencialmente muito em jogo, especialmente quando se trata de investimento e segurança. Por isso, é fundamental que as implementações de IoT sejam avaliadas rigorosamente, planejadas meticulosamente e não apenas conectem alguns dispositivos, mas se conectem diretamente aos objetivos do negócio.
Esta edição da Perspectives traz orientações para navegar pelo amplo e, por vezes, desafiador mundo da IoT: como decidir se faz sentido para sua empresa, como superar os problemas que normalmente acompanham a IoT e como garantir que ela se justifique em termos de eficiência e aceleração de negócios.
1. Estabelecendo um caso de negócio
O grande interesse pela IoT se deve, em grande parte, às histórias de sucesso de alto nível. Os primeiros exemplos de fabricantes conectando ambientes para impulsionar o controle de qualidade e simplificar as cadeias de suprimento foram acompanhados por casos de empresas que aplicaram IoT para ampliar serviços de novas e atraentes maneiras – um exemplo é a investida da fábrica de máquinas John Deere na agricultura inteligente ou a incursão da telecom Orange em segurança doméstica.
Empresas inovadoras como a MySense, sediada no Reino Unido, que usa dispositivos conectados e IA para melhorar o atendimento domiciliar para pessoas idosas, mostram que essas conquistas não se limitam a grandes empresas – e que, no contexto certo, o impacto da IoT pode ser imenso. Uma pesquisa da Forbes e da Intel, envolvendo empresas com iniciativas de IoT em andamento, descobriu que uma maioria significativa conseguiu alavancar a IoT para expandir serviços para clientes e entrar em novas linhas de negócios.
Empresas com iniciativas de IoT:
Por todo o potencial da IoT em levar as empresas a novos lugares, especialmente no início, é vital que qualquer negócio que se candidate a adotá-la dedique algum tempo definindo o problema ou a necessidade de negócio que um projeto de IoT possa abordar.
“O maior desafio com a IoT é que o conceito é tão amplo que as empresas podem não saber exatamente como podem se beneficiar dela”, disse Chen Zhu, Diretor de IoT na Thoughtworks China. “O primeiro passo é encontrar o problema certo. Vimos muitas empresas desperdiçar dinheiro tentando superar os problemas errados.”
“O maior desafio com a IoT é que o conceito é tão amplo que as empresas podem não saber exatamente como se beneficiar dela. O primeiro passo é encontrar o problema certo.”
Chen Zhu
Diretor de IoT, Thoughtworks China
Em outras palavras, a IoT não deve ser uma solução em busca de um problema – como era indiscutivelmente o caso alguns anos atrás, quando, como lembra o Principal Developer da Thoughtworks, Michael Fait, fabricantes de bens de consumo instalavam módulos WiFi em tudo, de escovas de dente a fritadeiras. “A IoT não é apenas sobre conectar dispositivos”, diz ele. “É a construção de sistemas com dispositivos conectados e com uma finalidade específica.”
Então, como uma empresa identifica uma área de oportunidade de IoT? Isso inevitavelmente varia dependendo da natureza do negócio, bem como sua prontidão tecnológica, mas existem alguns indicadores reveladores a serem observados:
Checklist: a IoT é adequada para o meu negócio?
* A empresa está enfrentando desafios para gerenciar um número significativo de ativos físicos complexos
“Quando pensamos sobre que tipo de empresa pode se beneficiar mais com a IoT, geralmente são aquelas que têm muitos ativos físicos ou locais”, diz Zhu. “No passado, gerenciar 10.000 filiais globalmente seria muito difícil. Se você realmente deseja saber o que está acontecendo com elas a qualquer momento, conectá-las por meio da IoT pode tornar isso possível. Você pode monitorar estoques, infraestrutura e todos os ativos nessas instalações sem a necessidade de realizar inspeções físicas.”
Especialmente no início, “as soluções de IoT costumavam ser direcionadas a casos de uso muito simples – dispositivos com um único computador integrado”, diz Stefanie Grewenig, Lead Developer na Thoughtworks. “Mas o que estamos vendo, especialmente na indústria automotiva, é a necessidade de conectar e gerenciar produtos com muitos computadores poderosos. Esse é um caso de uso muito diferente. Portanto, embora haja muito suporte à IoT por aí, para fabricantes de produtos complexos, obter valor da IoT exigirá muito trabalho.”
* A empresa (ou sua base de clientes) se beneficiaria com a capacidade de manter um ativo ou produto remotamente
Automatizar o relatório de problemas de manutenção e permitir que as correções sejam entregues à distância é uma das principais maneiras de aplicar a IoT para ganhos relativamente rápidos.
“A manutenção causa problemas logísticos muito grandes”, diz Zhu. “Por exemplo, se você está escalando para mais locais e tendo problemas com certos servidores, no passado você tinha que enviar alguém para fazer o diagnóstico. Isso reduz drasticamente a eficiência e a viabilidade dos serviços. Mas se a IoT dá acesso a dados atuais e históricos sobre o crescimento e as operações de diferentes máquinas, você pode usar isso para identificar padrões, rastrear problemas e melhorar suas operações e eficiência.”
* A conexão de dispositivos permite a coleta de informações úteis que seriam difíceis de se obter de outra forma
Kevin Ashton, tecnologista que é geralmente reconhecido como o criador do termo "Internet das Coisas", apontou que os computadores geralmente são muito melhores do que os seres humanos na captura de dados, mas precisam que as pessoas os posicionem de forma que estejam suficientemente conectados ao mundo físico. Dada a importância da tomada de decisão baseada em dados para os negócios digitais modernos, uma vez que essas conexões são feitas, grandes coisas podem acontecer.
Fait acompanhou casos em que a IoT automatizou a coleta e o relatório de dados de um sistema crítico que antes precisava ser meticulosamente coletados e entregues manualmente. Uma fabricante de veículos de depósito conseguiu conectar os produtos que vendeu para rastrear e entender melhor seu uso diário – uma capacidade que pode gerar informações sobre tudo, desde a manutenção preventiva até o design do produto futuro.
“Sempre que for possível conectar um dispositivo físico a um ecossistema de IoT que permite obter um volume de informações que seria muito trabalhoso coletar de outra forma, você pode ter um caso de negócio para IoT”, diz Fait.
“Sempre que for possível conectar um dispositivo físico a um ecossistema de IoT que permite obter um volume de informações que seria muito trabalhoso coletar de outra forma, você pode ter um caso de negócio para IoT.”
Michael Fait
Principal Developer, Thoughtworks
* A conexão de dispositivos a um ecossistema cria benefícios diretamente ou expande serviços para clientes finais
Com a IoT abrindo caminho para mais visibilidade sobre os negócios e maior acesso aos dados, as empresas têm a oportunidade de aproveitar novos insights para melhorar os resultados para clientes – e até mesmo promover novos fluxos de receita.
Grewenig cita o caso de uma empresa com a qual a Thoughtworks trabalhou, que vende medidores inteligentes para ajudar pessoas consumidoras a monitorar e otimizar seu uso de eletricidade. Ela percebeu rapidamente que os dados coletados pelos medidores poderiam servir a muito mais propósitos do que o originalmente pretendido – como medir o uso de aparelhos específicos e sinalizar quando eles deveriam ser recarregados ou substituídos ou detectar irregularidades no consumo de eletricidade que poderiam indicar uma situação de perigo para alguém na casa.
“Você pode acompanhar o medidor inteligente da sua avó e receber um alerta, por exemplo, se ela acender uma luz e não apagá-la, indicando que algo pode ter acontecido”, explica ela. “Este não é um caso de uso óbvio de IoT que se relaciona diretamente ao negócio principal, mas foi viabilizado ao se conectar o medidor de eletricidade à Internet e compreendendo melhor os dados.”
2. Design e implementação
Garantir que um projeto de IoT atenda a uma meta de negócio distinta e tangível é o primeiro passo para superar um dos maiores desafios enfrentados por projetos de IoT: a falta de adesão e liderança. Um estudo realizado pela fabricante de equipamentos de rede Cisco identificou a colaboração entre TI e negócio, somada a uma cultura com foco em tecnologia impulsionada e apoiada pela liderança executiva, como os fatores mais críticos para o sucesso de projetos de IoT, superando até mesmo a expertise de domínio.
Principais fatores de sucesso em projetos de IoT:
“Gostaríamos que a IoT fosse apenas um problema de tecnologia”, diz Fait. “Para fazer um ecossistema de IoT inteligente, criar experiências positivas para pessoas usuárias e desenhar um bom fluxo de recursos e dados, muitas coisas precisam ser combinadas – designers, pessoas de hardware, software, montagem. O que vemos em muitas empresas são divisões rígidas entre departamentos, hierarquias e políticas, quando o que você realmente precisa é de uma jornada de colaboração multifuncional.”
A automação que a IoT habilita nem sempre é bem recebida – especialmente entre as pessoas responsáveis por processos manuais e atividades de supervisão que a automação pode alterar ou eliminar, seja pela aversão ao risco ou receio de obsolescência. Isso pode ser resolvido tomando medidas para adotar a tecnologia de forma transparente e sensível.
“Algo que observamos em muitos dos projetos em que trabalhamos é que, pelo fato de frequentemente existirem cronogramas de fabricação repletos de pontos de verificação e restrições legais, ou requisitos que exigem aprovações humanas em determinados momentos, introduzir um alto grau de automação é algo que realmente gera hesitação”, afirma Grewenig.
Outro problema é que, como a IoT conecta dispositivos, ela é erroneamente identificada como algo prioritariamente relacionado ao hardware. No entanto, para usá-la com sucesso, “é preciso se tornar uma empresa de software, aprender e entender o que é um bom software e quais são seus recursos”, diz Fait. “É o software que adiciona funcionalidade e produz benefício real, e não o sensor ou dispositivo em si”.
Como o desenvolvimento de software é um fator-chave para o sucesso, as empresas também devem estar cientes das limitações impostas à IoT por vários padrões e protocolos, e de como eles podem em alguns casos impedir que o software alcance os objetivos desejados.
“Em muitos casos de uso, os obstáculos são os limites entre empresas e diferentes fabricantes e marcas”, observa Fait. “Veja o exemplo do medidor inteligente – temos a empresa fabricante, a empresa de eletricidade, as empresas de aparelhos domésticos, e todos esses elementos precisam se unir e conversar entre si. Quando o entusiasmo em torno da IoT começou, todo mundo falava sobre padrões comuns para que pudéssemos criar ecossistemas realmente sólidos, mas não vimos isso de fato acontecer.”
“Se você tem uma plataforma que é realmente utilizável, que permite aos times de desenvolvimento entregar rapidamente e com confiança de que a solução funcionará como planejado e será segura no mundo real, isso permite que a empresa pare de se concentrar em problemas técnicos e comece a pensar no que realmente quer extrair de seus projetos de IoT.”
Stefanie Grewenig
Lead Developer, Thoughtworks
Ao tentar reduzir essas complexidades e caminhar em direção a processos e plataformas padronizados que possam ser usados como base para a criação de vários aplicativos de IoT, as empresas podem acelerar muito o processo de desenvolvimento de software executado em sistemas embarcados, de acordo com Grewenig.
“A experiência de desenvolvimento não tem nada a ver com o desejo de uma pessoa desenvolvedora de ser 'mimada' – é tudo uma questão de velocidade”, diz ela. “Se você tem uma plataforma que é realmente utilizável, que permite aos times de desenvolvimento entregar rapidamente e com confiança de que a solução funcionará como planejado e será segura no mundo real, isso permite que a empresa pare de se concentrar em problemas técnicos e comece a pensar no que realmente quer extrair de seus projetos de IoT.”
Por serem tão complexos e envolverem tantas partes móveis (literalmente), é particularmente aconselhável, em projetos de IoT, seguir o consagrado princípio de "começar pequeno".
“Principalmente quando as tecnologias são novas, sempre aconselhamos clientes a começar com demonstrações ou produtos de menor custo”, diz Zhu. “Você pode usar os resultados para validar suas ideias e se elas realmente funcionam, e seguir a partir daí. Não perca muito tempo ou recursos tentando encontrar a solução perfeita desde o início – porque muitas vezes temos conhecimento limitado sobre novas soluções, e o que parece ser perfeito pode acabar sendo a coisa errada. Comece com experimentos e repita.”
"Não perca muito tempo ou recursos tentando encontrar a solução perfeita desde o início – porque muitas vezes temos conhecimento limitado sobre novas soluções, e o que parece ser perfeito pode acabar sendo a coisa errada. Comece com experimentos e repita.”
Chen Zhu
Diretor de IoT, Thoughtworks China
3. Enfrentando o desafio da segurança
A segurança é um problema que merece atenção especial com a IoT, pois não há como contornar o fato de que conectar dispositivos aumenta muito a superfície de ataque potencial da empresa.
Com mais e mais dispositivos incorporando o que são essencialmente poderosos computadores em miniatura, as violações de segurança não expõem apenas dados críticos, elas podem ter consequências também no mundo físico. As aplicações típicas da IoT estendem o alcance da empresa para a vida pessoal das pessoas, por exemplo com câmeras e microfones conectados nas residências, e por isso podem ter implicações significativas para a privacidade.
“No passado, as empresas tinham acesso limitado a você. Mas no futuro, elas poderão se fazer presentes em todas as partes da sua vida”, diz Zhu. “Você se conecta em casa, a caminho do trabalho, no escritório, em qualquer lugar. As linhas entre o mundo físico e o mundo digital são cada vez mais tênues.”
A pesquisa mostra que o público consumidor está bastante ciente das vulnerabilidades potenciais que a IoT traz – e suas preocupações são uma grande barreira para a adoção. Uma pesquisa global da Consumers International e da Internet Society descobriu que 63% das pessoas consideram os dispositivos conectados “assustadores” e que menos da metade acredita que esses dispositivos protegerão sua privacidade e processarão informações de maneira respeitosa. O mesmo estudo descobriu que as preocupações com a segurança são um impedimento tão forte quanto o preço na compra de dispositivos inteligentes.
Percepções sobre dispositivos inteligentes
Até certo ponto, as empresas compartilham dessa apreensão, sendo a segurança e a privacidade de longe as maiores preocupações das empresas que implementam a IoT, de acordo com uma pesquisa da DigiCert. Isso mostra que, para um projeto de IoT ser bem-sucedido, a segurança deve ser uma consideração fundamental desde o início.
“A segurança não pode ser uma coisa que você adiciona no final de um projeto de IoT”, diz Fait. “Tem que ser conduzida desde o início por equipes multifuncionais, que também devem criar diferentes mecanismos para lidar com as questões de segurança.”
Entre os princípios-chave colhidos das experiências da Thoughtworks está sempre construir backups e proteções contra falhas para melhorar a segurança e mitigar riscos. “Há muito a aprender com o que vimos sendo feito da maneira certa em fabricantes com quem trabalhamos”, diz Grewenig. "Por exemplo, viabilizar a separação dos sistemas pelos quais as informações críticas de segurança fluem e criar configurações de hardware elaboradas que garantem que, mesmo se sistemas 'opcionais' como de entretenimento ou ar condicionado falharem, itens essenciais como freios e airbags sempre funcionarão.”
“Se você observar as principais vulnerabilidades dos dispositivos IoT, verá muitas práticas que não são feitas na web há pelo menos 20 anos, como definir senhas padrão curtas que nunca são alteradas. Temos que, no mínimo, aplicar tudo o que aprendemos nas últimas décadas aos sistemas com dispositivos conectados que estamos construindo agora.”
Michael Fait
Principal Developer, Thoughtworks
Percorrer cenários de segurança possíveis é uma boa maneira de identificar os pontos fracos em potencial e definir prioridades – porque, como Fait aponta, nenhum negócio ou projeto pode abordar todos os pontos fracos possíveis. “Passamos muito tempo fazendo modelagem de ameaças, decidindo exatamente o que queremos evitar, as coisas que podem ser ruins mas não vão provocar tanto estrago; e as coisas que precisamos que garantir que não aconteçam de forma alguma”, diz ele.
Por fim, em meio a todo o foco em ameaças emergentes e ambientes recém-conectados, as empresas não devem se esquecer de reforçar e aplicar as práticas mais recomendadas de sempre.
“Se você observar as principais vulnerabilidades dos dispositivos IoT, verá muitas práticas que não são feitas na web há pelo menos 20 anos, como definir senhas padrão curtas que nunca são alteradas,” afirma Fait. “Temos que, no mínimo, aplicar tudo o que aprendemos nas últimas décadas aos sistemas com dispositivos conectados que estamos construindo agora.”
Lista das 10 principais vulnerabilidades de segurança do OWASP IoT
4. A próxima etapa da IoT
When it comes to the IoT, businesses may have even more to look forward to. The rise of 5G networks could prompt a significant leap forward. According to Zhu, while the focus is usually on 5G being faster, the real payoffs will be wider coverage and lower latency, which together will allow for much greater densities of devices and connections.
“What you couldn’t do in the past will become feasible,” he says. “You can’t do genuinely real-time remote control with 4G, but (with 5G) there are application patterns that will make it possible. People really won’t have to go work in the field anymore. Because you’ll be able to get VR, construct alternate realities and have real-time control, working remotely will be just like being there.”
“O que não era possível fazer no passado se tornará viável. Não conseguimos controlar remotamente em tempo real com 4G, mas com 5G existem padrões de aplicação que tornarão isso possível. As pessoas realmente não precisarão mais trabalhar no local. Com o avanço da Realidade Virtual possibilitando a construção de realidades alternativas e controle em tempo real, trabalhar remotamente será como estar lá.”
Chen Zhu
Diretor de TI, Thoughtworks China
Zhu vê essa evolução abrindo as portas para todos os tipos de inovação com potencial para reduzir riscos e promover impactos positivos, sejam eles processos de limpeza em locais de contaminação ambiental conduzidos por robôs ou pessoas operadoras remotas assumindo o volante no lugar de motoristas apresentando sinais de cansaço. No entanto, tudo isso terá que ser equilibrado com privacidade, segurança e outras considerações – fatores que Fait considera de certa forma limitadores para a aplicação industrial da IoT habilitada pelo 5G.
Com o 5G, “toda a casa inteligente vai evoluir e muitas soluções serão possíveis, especialmente para pessoas idosas”, diz Fait. “Mas se você tem uma fábrica, não vai querer depender fortemente da conectividade para sua produção. Mesmo que o 5G permita fazer as coisas mais rápido, é uma rede móvel e ainda pode cair. Por isso, minha expectativa é de que o impacto seja maior em dispositivos domésticos, wearables e dispositivos móveis.”
Grewenig, enquanto isso, vê o progresso na padronização como a chave para desbloquear mais possibilidades de IoT.
“Em um mundo ideal, uma pessoa desenvolvedora nunca teria que se preocupar em escrever algo para uma peça específica de hardware. Poderia-se apenas escrever um código e implantá-lo onde quer que fosse útil. Desenvolver software para um carro seria como desenvolver aplicativos para dispositivos móveis.”
Stefanie Grewenig
Lead Developer, Thoughtworks
“Em um mundo ideal, uma pessoa desenvolvedora nunca teria que se preocupar em escrever algo para uma peça específica de hardware,” afirma ela. “Poderia-se apenas escrever um código e implantá-lo onde quer que fosse útil. Desenvolver software para um carro seria como desenvolver aplicativos para dispositivos móveis.”
Interoperabilidade e processos de desenvolvimento simplificados abririam caminho para que as empresas criassem e explorassem mais modelos de negócio habilitados pela IoT – o que muitas vezes acontece (como no caso da empresa de medidores inteligentes), quase por acaso.
“Fiquei impressionada com a rapidez com a qual a startup conseguiu mudar seu foco de negócio”, diz Grewenig. “Havia o modelo de negócio original que habilitava as pessoas, e então a empresa simplesmente expandiu sua atuação para todas essas áreas diferentes, como aparelhos de manutenção ou atendimento a pessoas idosas, o que não havia sido planejado com antecedência. Nada disso foi originalmente apresentado para os grupos de investimento, mas às vezes as melhores oportunidades surgem ao longo do caminho – desde que a empresa esteja preparada para aproveitá-las.”
Por JoJo Swords
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