Thoughtworkers adoram conversar sobre qualquer coisa. Stakeholders de nossas clientes frequentemente mencionam como nossas conversas durante o café/almoço/happy hour podem incluir tudo, de tecnologia a pontos de vista políticos ou os melhores livros de ficção científica para ler.
Um dos impactos da COVID-19 e da mudança na maneira como trabalhamos foi, para boa parte de nós, o afastamento dessas conversas. Como seres adaptáveis que somos, encontramos novos espaços para dar continuidade a esses momentos.
Incontáveis salas de bate-papo foram abertas ou tornaram-se mais frequentemente visitadas - de “aqui está uma foto fofa do meu animal de estimação” a “ciência de dados”. Uma das mais impactantes para nós foi o “Espaço Saúde Mental”.
Sempre ouvimos "ah, é um espaço aberto, você pode discutir qualquer coisa" quando você entra em uma sala de bate-papo no local de trabalho - e ainda assim, raramente é verdade.
Crescendo a partir de seu início orgânico em 2018, com pouca publicidade interna, ele se tornou uma comunidade próspera de mais de 500 colegas que compartilham tudo sobre saúde mental, desde memes encontrados nas redes sociais até poesia, suas jornadas e lutas.
Tornou-se um lugar para pedir conselhos, apoio ou simplesmente ter espaço para falar. E as conversas podem ir além do próprio chat. Algumas pessoas abrem canais de comunidade diretos em resposta a uma postagem. Frequentemente ouvimos das pessoas, até mesmo meses depois, como uma conversa que leram no grupo foi importante.
Durante as primeiras ondas de restrições em resposta à COVID-19 em todo o mundo, este espaço decolou. Era um lugar para pedir ajuda, para encontrar outras pessoas que estavam passando pelo mesmo e se conectar. Essas conexões criaram uma comunidade global que compartilha suas experiências, tornando a universalidade de nossas experiências evidente.
Por exemplo, uma conversa recente sobre o luto abordou não apenas os sofrimentos óbvios, como a perda de uma pessoa próxima, e as complexidades que a COVID-19 impôs a essas situações, mas também tocou em outros sofrimentos que estamos sentindo no momento, a perda de oportunidade e a perda de conexões sociais. As pessoas também falaram sobre a perda sentida ao deixar uma equipe de projeto e o distanciamento tanto de comunidades físicas quanto comunidades online. Andar pela vizinhança pode ser desanimador quando você percebe o número de lugares que fecharam durante a pandemia. Coletivamente nós entendemos essa sensação e nos conectamos.
Outro exemplo foi alguém pedindo ajuda com o clima de tristeza em sua equipe, que era uma mistura de COVID-19 com distanciamento remoto, problemas do projeto, inverno etc. E esse pedido foi recebidos com artigos, exemplos práticos, pessoas se aproximando, e se transformou em uma discussão mais ampla sobre como estamos funcionando no vazio após tantos meses de incerteza e trabalhando em torno dos pequenos desafios diários. Todas as pessoas se sentiram conectadas e compartilhavam a semelhança de nossas vidas. Além de saber o que evitar, falamos sobre o que enfatizar para construir a felicidade da equipe. Podemos estar em diferentes lugares por todo o mundo, em diferentes culturas, mas compartilhamos as mesmas emoções e desafios de saúde mental.
Ao aprender como outras regiões falam sobre saúde mental, que pode variar da abertura à estigmatização e compartilhamento de atividades e redes de apoio, ganhamos não apenas uma perspectiva mais ampla das experiências das pessoas, mas também uma maior compreensão dos desafios enfrentados.
Este é um dos espaços mais ‘Thoughtworks’ que temos, pois é aberto, cuida do coletivo e toma decisões por consenso. Recentemente, houve uma pergunta sobre um possível tópico de discussão, e o grupo rapidamente construiu limites devido ao status legal diferente de algumas abordagens de terapia pelo mundo. O grupo se preocupa com o todo, postando avisos de conteúdo, fazendo o nosso melhor para sermos acessíveis e direcionando suporte para pedidos quando necessário.
Falar sobre saúde mental pode significar alegria e positividade - muitas pessoas sabem que a vida é doce porque provamos o sal das lágrimas. As conexões feitas neste espaço ressoam em outras áreas. Conhecer alguém de outra região que compartilhou sua experiência significa que, quando você se conecta a um novo projeto de trabalho, pode criar laços rapidamente.
Discutir nossa saúde mental, em um espaço aberto, manteve muitas pessoas em atividade. É essa noção de que não estamos sós.
Ainda não vimos algo tão aberto e ativo em nossas clientes. O que torna algo como isso possível? É a base de sustentação que permite que algo assim cresça organicamente para atender às necessidades da comunidade.
O que torna isso tão especial? O espaço, a cultura e a vontade das pessoas de serem vulneráveis?
A coragem, o cuidado e o ato de compartilhar são o verdadeiro tempero especial: uma mentalidade inclusiva.
Aviso: As afirmações e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade de quem o assina, e não necessariamente refletem as posições da Thoughtworks.